quarta-feira, 24 de julho de 2013

JOHAN CRUIJFF - A ESTRELA DO CARROCEL HOLANDÊS

Hendrik Johannes "Johan" Cruijff é ...
um treinador e ex- jogador da seleção holandesa, apontado como o melhor futebolista neerlandês de todos os tempos.
Considerado um jogador revolucionário, tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente, inspirou muitos jogadores e treinadores a partir ...
...de suas extraordinárias atuações no Ajax e, principalmente, na Seleção Holandesa, durante a Copa do mundo de 1974. 
As suas atuações no mundial foram suas únicas referências para grande parte das pessoas que o conhecem; antes da cobertura ao vivo dos... 
campeonatos estrangeiros pela TV, apenas as Copas eram vistas mundialmente de maneira especial. 
Cruijff encantou na Copa, mesmo com exibições consideradas abaixo das que tinha nos campeonatos europeus.
Se, atualmente, há no futebol jogadores polivalentes que podem atuar sem posição fixa no campo, sem prejuízo de suas atuações individuais, 

muito se deve a este genial craque e não menos a seu treinador no Ajax, Barcelona e na seleção holandes, Rinus Michels. 

Mesmo mais de quarenta anos passados da copa de 1974, os Holandeses, Michels e Cruijff sintetizam a última revolução tática ...

...na história do futebol e serão para sempre lembrados como sinônimos do chamado futebol total, o qual os jogadores de linha se sentiam à vontade ao desempenhar todas as posições.

Visto como um pensador do futebol, costumava enfatizar a rapidez de pensamento tanto quanto a rapidez do corpo: sua característica ...

 velocidade era descrita pelo próprio como uma questão de saber a hora certa de começar a correr. Cruijff foi escolhido pelo IFFHS como o maior ... 
...jogador europeu do século XX, e o segundo maior do mundo, atrás somente de Pelé. 

Seu sobrenome é originalmente grafado, na língua holandesa, como "Cruijff", sendo mais popularmente escrito como "Cruyff" no exterior.

No final dos anos 1960, já demonstrava suas ideias revolucionárias. 
  Deixou a todos no Ajax loucos não só ao impor as suas noções de táticas, como também a tomar a iniciativa de negociar seus termos salariais. 

   As ideias ousadas de Cruijff combinaram-se com a igualmente ousada ambição de um professor de ginásticas para crianças surdas, ...

Rinus Michels. Quando eles se encontraram em 1965 no Ajax, onde Michels chegara para ser técnico, Michels planejava transformar o ...
clube, uma equipe semi profissional que fazia jogos pelo leste de Amsterdã, em um time internacional de ponta - o que ele e Cruijff conseguiriam em seis anos.

Cruijff não era tão malabarista, se assemelhando mais ao estilo de um de seus ídolos, Alfredo Di Stéfano.
Seus trunfos concentravam-se na velocidade, intuição, inteligência e objetividade em campo, ditando um jogo de toques rápidos ...

...em que os jogadores não possuíam posições fixas, trocando-as constantemente, com exceção óbvia ao goleiro ... 
... que nem por isso deixava de ter a sua contribuição no "sistema", cabendo a ele a função de iniciar os ataques. 
O chamado "futebol total" surgiu em volta de Cruijff, um jogador com fome de jogo, que, com fome de bola, ia atrás no campo para marcar... 
o adversário e tirá-la dele, com todas as condições para isso. 

Tinha um fôlego privilegiado, era magro, sendo 
   exímio no controle de velocidade e já mentalizando ...







  







que jogadas poderia fazer antes mesmo de receber a bola.







Não hesitava em orientar os companheiros: meso com a posse de bola, 







não parava de falar e ordenar o posicionamento dos colegas, controlando o ritmo e tática de sua equipe; ...
...tal como um maestro, conduzindo uma orquestra com constantes improvisações conforme a situação da partida; embora jogasse mais como um meia, parecia estar em todos os lugares, correndo pela ponta esquerda, caindo pelo meio, ordenando regulares trocas de posições. 
Um de seus discípulos, afirmaria que  poderia ganhar um jogo sozinho, mas não tinha o talento de Cruijff para mudar a tática do time para ......














partida. Individualmente, ele também inovava com seus chutes, dando impressões de que tinha quatro pernas; ...vencer a 














Até então, poucos chutavam com o lado de fora do pé.














Era capaz de dar "piques nos piques", acelerando jogadas já bem aceleradas, deixando os adversários para trás. 














Capaz de giros em pequenos espaços, chutes longos certeiros, dribles fáceis, de ser bom cabeceador e artilheiro.














 Por outro lado, sua personalidade quente e que não aceitava  ordens, um possível resquício da perda prematura do pai, faria Michels contratar dois terapeutas para atender o garoto.














Dentro de campo, entretanto, a parceria seria um sucesso. Cruijff foi praticamente criado no Ajax, seu pai, Manus, dono de uma mercearia, fornecia frutas ao clube.














Os vínculos continuaram por parte de mãe, que foi trabalhar como faxineira do clube após tornar-se viúva...







Quando o garoto Cruijff, que frequentava os vestiários já com quatro anos, possuía doze. 







Por ideia dela, o filho entrou nas categorias de base do Ajax.














Ela acreditava que assim ele poderia superar a deficiência que tinha nos pés, cuja má formação o obrigava a utilizar aparelhos ortopédicos.
características Ironicamente, só assim ele, cuja uma das  futuras seria suas corridas fulminantes, conseguia caminhar. 














  Sua sugestão provar-se-ia como divisora de águas não só do clube, mas do futebol nacional e internacional.







O garoto estreou em 1964, em derrota de 1 x 3. Com a chegada um ano depois de Michels, que aceitou o jogo ditado por Cruijff, os títulos viriam em série.














O Ajax seria na primeira temporada com ambos trabalhando juntos, a de 1965/66, , o que se repetiria consecutivamente outras duas vezes.














Campeão Holandês. Outros três títulos no campeonato nacional viriam em espaço de cinco anos. Cinco também seriam levantadas no período.














A Copa dos países baixos. Após uma eliminação nas quartas e outra nas oitavas (contra um futuro rival de Cruijff) o Ajax chegou à final em 1969. 














No caminho, eliminou o vice-campeão anterior, o forte Benfica, mas perdeu a decisão para . Para piorar, o arquirrival Feijenoord trouxe a mais importante taça europeia de clubes pela primeira vez para os holandeses, em 1970














Cruijff, Michels e o Ajax responderam logo na edição seguinte, igualando o rival e superando-o em seguida.














 Foram três títulos consecutivos, nas edições de 1971, 1972 (ano em que ele foi pela segunda vez artilheiro do campeonato, e em que o time ganhou todos os torneios importantes que disputou)...














...e 1973, respectivamente contra o (time então treinado pelo lendário Puskas)   e tendo passado pelo Juventus, Bayern e pelo Real Madrid. 














Pelos títulos de 1971 e 1973, seria premiado com a Bola de Ouro da France Footeboll, sendo o primeiro neerlandês a recebê-la.














  Os dois últimos títulos europeus foram já sem Michels, que saíra para o  após a primeira conquista continental. 
 O Ajax também venceu a Copa Intercontinental de 1972, sobre o Independiente, derrotando os argentinos por 3 x 0 em Amsterdã após sair de Avellhaneda com um empate de 1 x 1, com um gol dele. 
O clube não venceu outras Intercontinentais pois declinou em participar.
A anterior, de 1971, foi o Panathinaikos quem enfrentou os uruguaios do Nacional. Em 1973, quando a disputa seria outra vez contra o Independiente, o Ajax voltou a ceder a vaga para o vice-campeão europeu, desta vez a Juventus.
 
Cruijff então estava liderando sozinho um time de bairro que, dono de um estádio pequeno até para as segundas divisões da Itália ou Espanha e cujos jogadores não ganhavam mais do que um bom lojista, vinha reinventando o futebol. 
  Após o título de 1973, entretanto, Piet Kaiser decidiu sair do clube, vítima do próprio poder que ajudara a deixar nas mãos dos jogadores.
Seus colegas decidiram que o novo capitão do clube seria Cruijff. Mas este iria então para onde estava Michels, o homem que o compreendera: o Barcelona.
  Chegou ao Barçelona na negociação mais cara do futebol até então, por 5 milhões de florins, preço tão alto que o governo espanhol não aprovou a  transferência. 
O Barcelona conseguiu levá-lo porque foi registrado oficialmente como uma peça de máquina de agricultura. 
Cruijff justificou o alto investimento: marcou 2 vezes na estréia e reconduziu o Barçelona a um título espanhol que não vinha havia 14 anos.
Eleito o melhor jogador do campeonato, receberia sua terceira Bola de Ouro pelo feito. 
A temporada fora em estado de graça também por ele ter conseguido, paralelamente, classificar os Holandeses à Copa da Alemanha em 1974.
  Os Holandeses não disputavam o torneio desde a sua segunda participação, em 1938. 
Se a primeira temporada foi mágica, as seguintes lhe seriam estressantes, apesar da companhia de seu ex-colega de Ajax e Seleção Johan Neeskens, trazido ao clube após o mundial de 1974. 
Em 1975, 1976 e 1978, o campeão foi o Real Madrid, sempre com pelo menos cinco pontos de vantagem. 
   Na única temporada em que os merengues estiveram mal, quando terminaram em nono, o Barçelona perdeu a taça por um ponto para o outro time da capital, o Atlético de Madrid.
Fora o título espanhol de 1974, a outra única conquista de Cruijff com o Barcelona viria em 1978, quando levantou a Copa do Rei, para logo depois aposentar-se. 
Sequer iria à Copa do Mundo da Argentina em 1978, cansado da violência dos gramados espanhóis, onde chegou a ter uma perna quebrada. 
"Se você não se diverte, não aguenta a pressão", justificou.
   Escolheu o futebol dos Estados Unidos, onde poderia 
viver tranquilo, no anonimato. 
Passaria dois anos nos EUA, onde defendeu primeiramente o Los Angelis Aztecs, onde foi novamente treinado por Michels; e depois o Washington Diplomats. 
Vestiria também a camisa do New York Cosmos em amistoso de exibição. 
Mesmo no futebol mais calmo da liga estadunidense, foi mal humorado, enlouquecendo colegas e outros técnicos.
Certa vez, após seu técnico no Diplomats ter feito a preleção, Cruijff simplesmente levantou-se, limpou o quadro-negro e disse: "é claro que faremos tudo diferente disso". 
Um dos jogadores do Dips teria dito que o clube, ao contratar o Holandês, deveria ter pago também por um estoque de algodão para que todos ali tivessem algo mais para tapar os ouvidos.
Fizera sua despedida em outubro de 1978, com a camisa do Ajax, em amistoso contra o clube que havia sido o sucessor imediato da equipe na hegemonia da Copa dos Campeões.
O Bayern Munique, que conquistaria o troféu também três vezes seguidas após o último do Ajax. 
Os alemães venceriam por 8 x 0. Este acabaria, entretanto, sendo um final provisório.
Em virtude de investimentos desastrosos em criações de porcos, que o fariam perder milhões, Cruijff se viu forçado a voltar a jogar.
Voltou a se apaixonar pelo esporte, mas cansou-se dos Estados Unidos, onde, excluído do grupo no Diplomats, anunciara que se limitaria apenas a fazer gols (e os fez). 
Regressou brevemente à Espanha, onde defendeu o pequeno Levante, de Valência que estava na segunda divisão.
Contudo, não teve sucesso: a equipe teve dívidas aumentadas e caiu de produção. 
Cruijff ainda participou de um jogo pelo Milan em torneio amistoso organizado  por Berlusconni, mas saiu vaiado após atuação apagada por conta, segundo ele, 
de lesão comunicada previamente aos dirigentes milanistas, mas consentidas por estes. 
Sem se fincar no Milan, retornou a Holanda e ao seu Ajax. 
  Enfrentou ceticismo não só por nunca ter sido uma unanimidade em casa (onde era acusado de "desbocado" e "dinheirista" ...
- houve relatos de que ele cobrava para dar autógrafos), mas também pela idade de 34 anos e seu físico já alquebrado.
   A resposta veio em sua reestreia, em que passou por dois zagueiros e encobriu o goleiro do haarlem. 
O público lotava os estádios para o ver, acreditando que estava perto da aposentadoria, e as câmeras de TV muitas vezes não conseguiam seguir suas jogadas fulminantes.
 Em suas duas temporadas no retorno ao Ajax, seria campeão Holandês (e na  segunda, também campeão da Copa nacional), convivendo com os jovens Marco Van Basten e Frank Rijkaaard. 
A primeira vez em que Van Basten entrou em campo profissionalmente foi inclusive substituindo Cruijff na partida.
Também causou furor ao inventar a cobrança em dois lances de um pênalti: em outra partida, ao cobrar a penalidade, apenas tocou a bola para a frente, deslocando o goleiro enquanto um companheiro corria atrás da bola para repassar-lhe para que concluísse sem obstáculos para as redes. 
Outro lance foi de calcanhar: Cruijff certa vez avançou em direção ao gol e o goleiro adiantava-se para tentar bloquear-lhe; 
Cruijff então virou-se e passou a correr em direção ao próprio campo, sendo seguido pelo goleiro até perto do meio-de-campo, quando este então percebera que em algum momento Cruijff chutara para as redes sem interromper seu passo.
Depois de duas temporadas, porém, Cruijff foi despedido do clube depois do segundo título seguido no campeonato por se recusarem a lhe pagar o que queria, pois já o consideravam velho demais. 
 Aos 36 anos, preparou sua vingança, firmando contrato com o rival Feyenoord
No time de Roterdã, jogando sua última temporada profissional, ele, convivendo agora com um jovem Ruud Gullit, ganharia pela terceira vez seguida a Eredivisie, quebrando um jejum de dez anos do novo clube no campeonato nacional, e venceria também a Copa dos Países Baixos. 
Seriam os únicos troféus oficiais do Feyenoord na década de 1980 - a equipe só voltaria a faturar a Copa em 1991, e o campeonato, em 1993.
Desde 1996, doze anos após sua aposentadoria, um troféu que leva seu nome seria criado pela Real Associação de Futebol dos Países Baixos, sendo entregue ao vencedor da partida entre os campeões do campeonato e da Copa nacionais.
Com a base titular da Seleção formada pelos jogadores dos continentalmente vitoriosos Feyenoord (Wim JansenWillem van Hanegem e Wim Rijsbergen)... 
Ajax (Arie HaanRuud Krol,Johan NeeskensJohnny Rep e Wim Suurbier, além do próprio Cruijff, já barcelonista no mundial), que no período entre 1970 e 1974 deixaram a taça da Copa dos Campeões da UEFA nos Países Baixos, ...
o conjunto, ainda que desunido - os jogadores de um time não costumavam conversar com os do rival, e Cruijff não esconderia isso no livro Futebol Total, que ele publicaria ainda naquele ano  - finalmente obteve a classificação para a Copa do Mundo de 1974
 ...Cruijff, já treinado por Rinus Michels no Barcelona, o seria também na Oranje na competição. O treinador não hesitou em transportar para a Seleção o rodízio que funcionara bem no Ajax de ambos.
O chamado "futebol total" do Ajax transfomar-se-ia para os olhos do mundo no "Carrossel Holandês" no torneio:
um grupo de grande talento que trouxe inovações para a época como a valorização da troca de passes e posse de bola, a linha defensiva de impedimento e marcação firme, tentando roubar a bola ainda na intermediária adversária.
Estreou pelos Países Baixos em 1966, aos dezenove anos, em jogo contra a ainda respeitada Hungria, em partida válida pelas eliminatórias para a Eurocopa 1968, logo marcando um gol. 
Cruijff transfomaria a Seleção Neerlandesa, então modesta, em uma potência mundial. 
Mas isso ainda demoraria a ocorrer: o país não se classificaria para as fases finais da própria Euro 1968  e também da de 1972, e o mesmo para a da Copa do Mundo de 1970
- cujas eliminatórias deram-se em um período em que ele ainda não havia se firmado na Oranje, que, para o mundial do México, perdeu a vaga para a Bulgária.
Cruijff era um jogador à parte no elenco laranja (cuja equipe-base era formada também pelo goleiro Jan Jongbloed e pelo atacante Rob Rensenbrink, de outros clubes), o que se traduzia inclusive no uniforme:
enquanto a numeração do restante do elenco foi escolhida conforme a ordem alfabética neerlandesa dos sobrenomes, fazendo o goleiro titular Jongbloed jogar com o número 8, Cruijff pôde utilizar o seu número favorito, o 14.
E, mais visivelmente, enquanto os demais jogadores exibiam as três listras laterais da Adidas (saída encontrada pela empresa para a sua divulgação, uma vez que logomarcas ainda eram proibidas de serem estampadas nas camisas)... 
...as roupas dele continham apenas duas, imposição de sua patrocinadora particular (uma então novidade), a rival Puma.40
Todos os colegas exibiam as três listras laterais da Adidas, ao contrário dele. 
O espírito um tanto "mercenário" não foi uma exclusividade sua na Copa, contagiando todo o elenco, que passava mais tempo discutindo termos, condições e prêmios do que debatendo sobre táticas.
Mesmo um dos únicos que não reclamaram do já alto prêmio de 25 mil florins dado aos jogadores pela classificação à final, Neeskens, declararia que seu objetivo no mundial era melhorar a própria cotação "no mercado futebolístico internacional".
Um dos motivos para que Jan van Beveren, goleiro do PSV Eindhoven na época e tido como o melhor neerlandês da história na posição, ficasse de fora da Copa, mesmo tendo sido o titular nas eliminatórias, foi justamente as suas críticas a esse comportamento de seus colegas, sendo ainda grande desafeto de Cruijff.
No mundial, o país lideraria seu grupo na primeira fase após vencer Uruguai (2 x 0) e Bulgária (4 x 1, uma vingança contra a seleção que havia tirado a vaga nos neerlandeses no mundial anterior) e empatado em 0 x 0 com a Suécia.
Em que ele passou a bola por trás de suas pernas após ameaçar cruzar, deixando o zagueiro sueco que tentara impedir o suposto cruzamento, Jan Olsson, chutar o ar. 
O sistema tático também assombrava: enquanto os demais times ainda utilizavam posições fixas, era possível ver o ponta-esquerdo Rep atuando defensivamente na marcação do lado direito, o lateral Krol avançando ao ataque ou o meia ofensivo Haan jogando na zaga, o que desnorteava os marcadores adversários. 
Neeskens, teoricamente o jogador com mais tarefas defensivas no time, além de fechar espaços aos oponentes, também mostrava habilidade para iniciar ataques.
A segunda fase (também disputada em grupos de quatro países, e não em mata-matas) seria mais avassaladora. Cruijff marcaria pela primeira vez, fazendo dois gols na primeira partida, contra a Argentina, que levou de 0 x 4. 
Os neerlandeses depois venceriam a Alemanha Oriental por 2 x 0, chegando à última rodada com a vantagem do empate contra o detentor do título, o Brasil (que tinha menor saldo de gols, tendo vencido os mesmos adversários por 2 x 1 e 1 x 0, respectivamente). 
Em uma verdadeira batalha campal, a "Laranja Mecânica" aniquilaria os campeões por 2 x 0, com Cruijff dando assistência para o primeiro gol (de Johan Neeskens) e marcando o segundo, e a Seleção Neerlandesa tornava-se a primeira a vencer em uma Copa as três potências sul-americanas. 
A final seria contra os anfitriões, outros alemães, os da Alemanha Ocidental.No livro Futebol Total, ainda em 1974, Cruijff antecipou que não iria para a Copa do Mundo de 1978
Porém, continuou a atuar pelos Países Baixos até meses antes do torneio, o que incluiu participação na Eurocopa 1976 (onde ficou em terceiro) e nas eliminatórias para o que teria sido seu segundo mundial.
Mas, de fato, acabou não indo à Argentina, o que foi por muito tempo interpretado como um protesto à ditadura militar naquele país; trinta anos depois, foi revelado o real motivo:
Ele afirmou que, já em 1978, sofrera uma tentativa de sequestro e, temendo novos ataques, contratou seguranças particulares por um ano e meio. 
A confusão conjugal que tivera pouco antes da final de 1974 também teria-lhe motivado a não ir para a Copa de 1978; um dos livros escritos sobre a Seleção Neerlandesa de 1974 defende que o incidente reportado pelo Bild teria sido decisivo para a perda daquela Copa e também da de 1978, por Cruijff não ter ido a esta.
Mal dado o início da partida, Cruijff correu com a bola, após um minuto em que ela esteve de posse ininterrupta dos visitantes, até ser derrubado por Uli Hoeneß na entrada da área alemã, cavando pênalti inexistente que seria convertido por Neeskens. 
Os neerlandeses mantiveram uma pressão inicial, buscando pegar a bola já na defesa alemã, deixando inclusive Franz Beckenbauer sem alternativas a partir do meio de campo em certos momentos. 
No restante do jogo, porém, Cruijff deixar-se-ia anular facilmente por Berti Vogts e os alemães conseguiriam virar a partida e ficar com a taça. A explicação para a sua atuação aquém do esperado estava na bastante mal-dormida noite anterior.
Cruijff, que prezava a família segura que perdera aos doze anos, passara a véspera da partida procurando convencer sua esposa, Danny, de que era falsa a notícia divulgada pelo jornal alemão Bild-Zeitung de que ele teria feito festa no hotel regada a champagne e garotas de programa. 
A derrota não abalou sua característica rebeldia e petulância: chegou a pedir para a rainha Juliana dos Países Baixos, ao encontrá-la na recepção real aos vice-campeões mundiais, que reduzisse os impostos.
Na nova função, obteve sucesso. Dois anos após parar de jogar, pelo Feyenoord, voltou ao Ajax para comandar seu ex-clube à beira do gramado. 
Ficaria por duas temporadas, mas não conquistaria o campeonato neerlandês no período, em que o clube hegemônico nele foi o PSV Eindhoven.
Tentou reintroduzir o estilo do "futebol total", mas só confundiu os jogadores, já desabituados com o sistema. 
Não escondia que priorizava desenvolver novamente o futebol do clube, desde as divisões de base, a ganhar logo títulos.
Ainda assim, comandou Van Basten,Rijkaard e o jovem Dennis Bergkamp na conquista da Recopa Europeia de 1987, faturando também as Copas nacionais do mesmo ano e do anterior. 
Van Basten marcou o gol do título europeu após ouvir dizeres nada sutis do técnico: "se você não vencer, eu destruo você".
No ano seguinte, a Holanda finalmente conquistaria um torneio, a Eurocopa 1988 , sob o comando de Rinus Michels,o método conjunto de ambos e jogadores que haviam jogado com Cruijff, dentre eles o trio Gullit-Van Basten-Rijkaard. 
Talvez por isso tenha sido contratado em 1988 por seu outro ex-clube, o Barcelona. Planejou o mesmo trabalho das divisões de base que fizera no Ajax, priorizando a aprendizagem dos jogadores em vez da obtenção de resultados imediatos.
Sua maior crise no período em que ficaria no Barça não seria resultados dos gramados e sim um infartoque quase o matou, em 1991, muito provavelmente consequência dos cigarros que inveteradamente fumava; o ataque o obrigou a implantar pontes de safena.
No Barcelona, ficaria oito anos, quebrando o recorde de permanência no cargo. Os frutos no Espanhol vieram a partir da terceira temporada. 
Decadente no torneio nos anos de 1980, em que o conquistara apenas uma vez (1985), com Cruijff o Barcelona levaria a liga quatro vezes seguidas, a partir de 1991.
   Antes disso, a equipe já havia levado a Copa do Rei de 1990 e, no ano anterior, a Recopa Européia. 
Em 1992, o clube seria pela primeira vez campeão da Copa dos Campeões da UEFA, batendo na final a Sampdoria, o mesmo adversário vencido três anos antes na Recopa. 
O único gol foi marcado por um compatriota trazido por ele, Ronald Koeman.
Dois anos depois, com outro reforço trazido por ele do futebol Holandês 
(Romário, do PSV), o clube teve a oportunidade do bi contra outros italianos, os do Milan, que levara a melhor na Supercopa Européia de 1989. 
Favorito, o time de Cruijff acabaria goleado por 0 x 4. O Barcelona não voltaria mais a ganhar títulos por um tempo  e ele acabaria saindo em 1996, não sem antes afastar do clube o próprio Romário e o Stoichkov, cujas personalidades também fortes foram de encontro com a dele. 
Outras estrelas mundiais que saíram, por não se adequarem ao posicionamento que Cruijff escolhia para elas, foram o inglês Gary Lineker (em 1989) e o romeno Hagi (em 1996). 
O Michael laudrup foi outro a se aborrecer com o técnico, por ter sido o estrangeiro escolhido para não ser escalado na final da Liga dos Campeões de 1994 (devido ao limite de três estrangeiros existente na época,... 
...Cruijff teve de usar apenas Romário, Stoichkov e Koeman), aceitando logo depois proposta do Real Madrid .
Em meio ao seu período de glórias como técnico do Barcelona, Cruijff chegou a ser chamado para treinar a Holanda para a Copa de 1994, mas achou a oferta pouco atrativa e recusou. 
Sua saída do cargo de técnico do Barcelona foi turbulenta: quando soube que seria substituído, jogou uma cadeira na porta do escritório do cúpula barcelonista e vociferou que "Deus o punirá por esta ação, da mesma forma que o puniu antes!", em referência a um neto recém-falecido do presidente. 
A despeito da saída conturbada, sua influência é mais forte no ali do que na terra de origem, o que inclui seu poder nos bastidores:
...o clube contratou Frank Rijkaard em 2003 por indicação dele mesmo sem o mesmo reconhecimento na Holanda, sua bênção também foi aceita ...
...na Seleção Holandesa, que contratou outro pupilo seu,van Basten, como técnico em 2004.
Em novembro de 2009, acertou sua volta à função, agora como técnico da Seleção Catalã, cuja seleção não é reconhecida pela Fifa e costuma fazer partidas apenas anuais. 
Em seu primeiro jogo, o treinador obteve um ótimo resultado, vendo a Seleção Catalã vencer a Argentina por 4 x 2 .Deixou o comando da equipe em janeiro de 2013, sua despedida foi em amistoso contra a Nigéria.
Citações: "A Alemanha não ganhou a Copa do Mundo. Nós a erdemos".Durante a sua carreira, Cruijff também se tornou um fenômeno nacional por causa dos seus comentários, alguns dos quais se destacam pelo brilho e pura lógica.
 
A sua forma de discurso foi chamada de "Cruijffiaans", o que pode ser traduzido como "Cruijfismos", na Holanda. Alguns exemplos:

"Futebol é um jogo de erros. Aquele que fizer o menor erro, vence" "É preciso chutar para poder marcar". 

  "Futebol é simples, mas o mais difícil é jogar futebol simples" "É melhor perder usando seus próprios pontos de vista do que os dos outros" 

"Se a bola está com a gente, eles não conseguem marcar gols" "Se você tem de ser atropelado, é melhor que seja por uma Ferrari" 

  "Os italianos não podem vencer-nos, mas nós certamente podemos perder para eles" "Toda desvantagem tem a sua vantagem" 

"Para ganhar, você tem de marcar um gol a mais do que o adversário " Eu não sou religioso. Na Espanha, todos os 22 jogadores fazem o sinal da cruz antes de entrar no campo. Se funcionasse, seria sempre empate "o acaso é lógico"  

Sobre Cruijff : Cruijff construiu o edifício e os técnicos do Barça que o sucederam apenas trataram de restaurá-lo e reformá-lo "Joseph Guardiola". 

A escola Holandesa de Johan Cruijff foi a melhor que eu já vi. Sempre dominando, sempre com base na própria força e nunca se adaptando ao adversário. 

"Minha primeira recordação real no futebol foi no mundial de 1974, o gol de Johan Cruijff sobre o Brasil. É algo que sempre levo em mente. 

 Cruijff me ensinou muitíssimo. Coincidi com ele em sua última temporada como jogador, no Feyenoord, no início dos anos 80.

Era inteligentíssimo. Taticamente estava acima do resto. Eu o olhava e pensava: 

...Tem 38 anos e é muito bom. 

O que deve ter sido jogar com este homem quando tinha 24? E a verdade é que nunca tive noção da resposta" Ruud Gulit



Copa dos Países Baixos1966-671969-701970-711971-72 e 1982-83.Copa dos Campeões da Europa1970-711971-72 e 1972-73.


Barcelona:  Campeonato Espanhol1973-74Copa do Rei1977-78.

Feyenoord:  Campeonato Neerlandês1984Copa dos Países Baixos1984.

Como técnico: Ajax: Copa dos Países Baixos1985-86 e 1986-87Recopa Europeia1986-87

Barcelona: Campeonato Espanhol1990-911991-921992-93 e 1993-94Supercopa da Espanha19911992 e 1994

















































































 

















FONTES DAS IMAGENS


Revista Placar (Editora Abril)


Revista Voetball international


You Tube


Revista Fussball Welt Meisterschaft (Editon Sirus)


Voetbal in Een Vuile Oorlog (Butenspeleres)


Revista El Gráfico


Revista Argentinie 78 (Hans Molenaar)

www.gathena.nl


Fussball-Weltmeisterschaft-1978-Argentinien-


Ernst-Huberty


FONTES DOS TEXTOS

www.wikipedia.org



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